Fotografia Tejo ao anoitecer:Escolhi esta fotografia, pela proximidade da minha casa e pelas memórias que consegue evocar em mim.
Namorei muito à beira rio, e por diversas vezes, me sentei nas esplanadas junto ao Tejo, em boa companhia.
Posso também vislumbrar toda a beleza das luzes da ponte 25 de Abril à noite, a partir da janela de minha casa ou do meu terraço.
Avisto por diversas vezes os fogos de artifício, cada vez, que há uma celebração ou data festiva. Sinto-me parte integrante desta paisagem, pois ela é capaz de me envolver, animar ou deprimir.
Passeio muito de bicicleta na beira do rio, e gosto muito de tomar ar fresco no Verão, em passeios naquela calçada.
Sinto-me parte da paisagem, integrado nela, e romântico ou nostálgico, sempre que me afasto dela. Quando estou no estrangeiro, penso muitas vezes nesta imagem panorâmica, na sua luminosidade, e na beleza intemporal da minha cidade,Lisboa.
Nós, cidadãos de Lisboa, temos este dom, que é o sentir nostalgia, e conseguir abraçar a palavra saudade com amor incondicional. Saudade, essa palavra que não encontra tradução em outra língua que não o português, é um sentimento muito nosso, dos portugueses apenas. O nosso fado da vida, é pautado por saudade.
Eu, como português que sou, gosto de sentir a saudade, gosto de me sentar sozinho, a beber nas esplanadas, naqueles dias tristes de nevoeiro no Outono, gosto de escrever cartas ao desconhecido, e de entoar versos ao coração.
Esta fotografia é uma das peças mais importantes do meu “puzzle”da vida, e que no fundo, é, tão somente, o meu bairro.
FimSe calhar, alguns de vocês não sabem, mas a escrita é uma das minhas paixões, durante este curso profissional que tenho vindo a frequentar, melhorei bastante o meu modo de escrever, mas o facto de escrever livremente e ter opinião livre, tem me trazido alguns atritos com formadores. Faltam-me dez dias para terminar, e por esse motivo,vou tentar me conter. Se soubesse no princípio, a merda que eram os cursos das novas oportunidades, nunca me teria enfiado nisso.
O estado gastou milhões com muita gente, que nem o diploma do 6 º ano do ciclo devia ter, e que sai dali com o 12º ano oferecido de bandeja.
Os alunos que tiram bons e muito bons, não são diferenciados, dos que tiram negativas. Todo o mundo é validado, o porquê? -Não sei.
Os formadores são na sua maioria, tratados por doutores, quando nem um mestrado possuem. E estes são apenas alguns dos aspectos negativos, é claro, que ainda há mais.
Num país onde o primeiro ministro, é tratado por srº engenheiro e tira o diploma ao domingo, já nada me surpreende.
O princípio dos primeiros dias O princípio dos primeiros dias. Chorei.
Vim ao Mundo abruptamente, parido por mãe cigana.
Tive uma infância passada no meio das couves e hortaliças da banca de feira de minha mãe. Avistava os velhos e velhas que se assemelhavam a formigas atrás de melaço, calcorreando as bancas do Mercado da Ribeira. A minha mãe apregoava mais alto que ninguém, mas nem por isso o rendimento era bom.
O meu pai, passava a vida enfiado nas tabernas e colectividades do bairro, e perdia o dinheiro ganho nos assaltos e falcatruas ao jogo.
Era um homem da noite, reservado, elegante, “bon vivant” e amigo do seu amigo.
O meu pai desaparecia de tempos a tempos.
Normalmente, os seus desaparecimentos, significavam a visita da polícia a nossa casa, mas nada a que não estivéssemos já habituados. Como todo o bom patife, o meu pai tinha jeito para a burla. A burla era o seu primeiro ofício.
A minha infância foi passada numa outra escola, a chamada escola da vida.
Ouvia os colegas de “profissão” do meu pai com toda a atenção do Mundo. As regras do mundo do crime enraizaram-se em mim. O meu primeiro diploma ganhei-o na cadeia do Linhó.Depois desse diploma, nunca mais quis ser doutor.
O meu pai que me perdoe, mas a vida do crime só é boa para quem goza de imunidade diplomática, e esse não é o meu caso.
A única coisa que eu hoje em dia pretendo roubar, é o amor de uma mulher.
Constituir família, tornou-se primeira prioridade, na vida de um arrependido. Gostaria de poder misturar a ficção com a realidade. Talvez esta vida me tenha reservado essa surpresa. Só Deus sabe essa resposta …
Rodrigo Velez Nrº13 (CLC7)
Posto isto, para dizer apenas, que o facilitismo no ensino, não é da minha aprovação.Ponto final parágrafo.