Entrevista com os Grito!
Os Grito! são uma das bandas da cidade do Porto que se têm vindo a notabilizar cada vez mais no cenário músical português com uma proposta sincera de street punk Oi! melódico cantado em português carregado de orgulho e sentimento. O blog rock das cadeias esteve à conversa com o vocalista e guitarrista deste projecto.
Fica aqui a palavra do Vitor Paiva.
1. Podias nos contar como e quando começaram os Grito! ?
Antes demais quero agradecer pelo convite para esta entrevista.
Os Grito! começaram em 2010, embora a ideia que originou o inicio desta aventura tenha começado a ser desenvolvida antes.
A banda surge através da aceitação de 2 amigos colegas de turma para integrarem um projecto do qual eu ja tinha algumas composições caseiras.
Começámos os ensaios de forma descontraída e sem pressas. O Dihem nunca tinha tocado um instrumento, o João era guitarrista e estava a começar a dar os primeiros toques de bateria, por isso íamos ensaiando sem ambição.
Para nosso espanto as musicas que íamos publicando na internet eram faladas e elogiadas e do nada damos o primeiro concerto em Barcelos, concerto esse que ainda hoje não sabemos quem nos meteu no cartaz.
2- Quem são os membros por detrás da banda e como surgiu a ideia de formar o projecto?
A formação sofreu uma alteração há muito pouco tempo.
O nosso baixista o Dihem teve que sair por questões pessoais e profissionais e entrou para o seu lugar o Artur, um velho conhecido nosso para o seu lugar.
Por isso a nova formação é constituída por mim na Voz e na Guitarra, o João na Bateria e o Artur no Baixo e coros.
A ideia inicial partiu da minha cabeça e grande parte das músicas e das composições também, mas penso que as composições e as ideias só surgiram a partir dos "inputs" dos temas que discutimos e das aventuras e bebedeiras que passámos juntos.
Penso que consigo centralizar o pensamento colectivo da banda nas nossas composições e cada um dá o seu toque claro, por isso é que somos uma banda e não um projecto a solo.
3- Fala-nos um bocado do vosso background musical e das vossas influências musicais.
Os elementos da banda tiveram sempre backgrounds e influências diferentes.
No inicio traçámos o tipo de música que queríamos fazer, Oi!/Street Punk recheado de conteúdo social, histórico e festa.
O meu estilo musical preferido e mais presente na minha vida é definitivamente o Oi! nos seus mais diversos registos, mas também sou apreciador de muito mais, não me considero fechado num estilo, ouço desde reggae, ska, soul, New wave, Rock , Fado o que me apetecer.
O João também é um apreciador de punk obviamente, embora o seu «background» seja diferente, ouve muito stoner, rock, alguns tipos de metal mas também não se fecha num género musical o que é optimo.
O Artur é o punk, crust, rock, Oi, HxC etc também é mais um amante da música.
4- Vocês têm dado muitos concertos e estado bastante activos nos últimos tempos.
Como tem sido a aceitação do público nos vossos concertos?
Sim concertos não nos tem faltado e a maioria partem de convites.
Penso que ao longo deste 2 anos a dar concertos só um é que foi a partir da nossa organização.
Cada vez mais o nosso público nos concertos aumenta e ainda bem.
Normalmente são recheados de festa, confusão e muito «singalong».
Temos a sorte de começar a aparecer um público fixo e seguidor da banda, principalmente de gente mais nova, que descobriu o punk há pouco tempo ou que está a descobrir e o nosso objectivo é também levar a que as pessoas ouçam mais bandas e conheçam muito mais através das nossas músicas. Tocamos em qualquer lado, queremos é tocar, seja para 1 pessoa ou para 200 queremos é fazer a festa.
5-Qual o material editado pelos Grito! até agora e qual o material novo que têm em mente editar nos próximos tempos?
Acabámos de lançar agora um E.P. intitulado “Das Tripas Coração”, uma edição própria e limitada a 50 cd’s que se veio a juntar ao nosso álbum lançado no ano passado com o nome “Sinfonias Contemporâneas de Casa de Banho” .
Temos preparado o lançamento da 2ª tirada do “Sinfonias” com alguns extras e estamos a preparar novas malhas para um futuro E.P. esperamos nós.
6- Como têm sido as críticas ao vosso novo trabalho «Das tripas coração» (Demo CD 2012 Ed. de autor ltda a 50 cópias) ?
Têm sido óptimas e tem permitido afirmar a banda como uma coisa séria, alargar os nossos horizontes e público. Têm sido um tremendo sucesso e estamos orgulhosos.
7- Vocês recentemente tocaram no Punk Oi! fest em Faro numa iniciativa que raramente se viu em Portugal ( ou mesmo nunca ) onde tocaram várias bandas Oi! portuguesas no mesmo evento. Queres nos dar a tua opinião acerca do ambiente vivido neste concerto, como correu o vosso concerto etc?
Foi um concerto marcante e do meu ponto de vista o mais marcante nestes 2 anos por diversas razões o ambiente era de família e união e poder reunir tanta gente amiga no mesmo dia a tocar foi brutal. Ainda para mais no nosso concerto mais longe até à data. Foi fantástico e valeu bem a pena fazer 600 kilómetros para tocar e ver as outras bandas, que se repita novamente e desta vez cá em cima no Porto.
8- Qual a tua opinião acerca deste entusiasmo à volta da música Oi! em Portugal, antigamente não havia nada e hoje em dia temos novas bandas a surgir e algumas apenas projectos de estúdio mas todas a gravarem e a editarem material em vinyl e cd ( Blind Alley Dogs, Asas da Vingança, Facção Opposta, Núcleo Duro, Gume ).
Tens relação com algumas destas bandas, aprecias o seu trabalho?
O Oi! em portugal está vivo e a crescer cada vez mais.
Temos a sorte e a honra de poder estar a partilhar palcos e público com essas bandas. Temos ligações com a maioria das bandas e acho que quase podemos dizer que estas bandas que referiste acima, a maioria são como bandas irmãs e filhas do mesmo pai, mas cada uma com o seu ramo diferente, o que é bom e além disso, de diferentes perspectivas dentro do mesmo género. A qualidade está no top.
Muito Orgulho de poder dar o meu contributo para este boom e demonstrar que Oi! e Punk não é coisa de Nazi, é musica de Skinheads, de Punks e de todos os que se sintam identificados com ela.
9- Para quando podemos esperar uma edição vossa em cd ou em vinyl.
Tens mantido algum contacto com editoras?
Existe algum interesse por parte de editoras em editar o vosso material?
Temos falado, mas ainda nada é certo.
Estamos a planear gravar um E.P. e tentar que seja editado por alguma editora em 7’’
Pelo menos esse era o nosso desejo e sonho.
10. Para quem não vos conhece como descreverias a vossa banda?
Somos uma banda que conjuga a música á festa, o amor e o ódio, o orgulho, o espírito nortenho e o seu sotaque e gentes.
Fazemos som de rua, duro mas também com um toque de humor á mistura.
Etiquetas: Entrevistas
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