Entrevista com Miguel Newton e Hugo Conim (Autores do documentário a um passo da loucura) e músicos da banda Patrulha do Purgatório
Vai estrear agora a parte II do documentário a um passo da loucura, quais as diferenças deste para o primeiro capítulo do documentário?
De 77 para 82 vai um mundo de distância em termos de atitude e diversidade de ‘fauna’ e isso é algo que vai ficar bem marcado neste documentário.
2. Algumas curiosidades que o grande público desconheça?
O ‘grande público’ desconhece tudo por isso para ele, tudo será novidade. Mas para os que julgam que já sabem tudo quanto ao Punk português diga respeito talvez haja um ou dois acidentes picarescos que lhes tenham passado fora do radar. E o facto de não nos termos focado em Lisboa vai permitir conhecer melhor outras dimensões do punk por terras do poeta zarolho.
3. É verdade que poderá vir a acontecer uma edição em Dvd?
É verdade e será feito logo que se consigam ultrapassar os mil e um constrangimentos legais que terão que ser ultrapassados.
4. Que locais estão previstos para a exibição deste novo documentário?
Não há previsões, Não temos uma estrutura a aparar a coisa por isso temos nós que ir à luta e tudo o que vier à rede – desde que permita a exibição com os níveis de qualidade que almejamos – é peixe. Mas acreditamos estar assegurada – pelo interesse já manifestado nesse sentido – a exibição nas mesmas localidades por onde o primeiro documentário já passou: Faro, Silves, Portalegre, Castelo Branco, Porto e Lisboa.
5. A banda Patrulha do Purgatório, fez um tema de propósito para este novo capítulo, podes falar-nos um pouco sobre essa música?
Não tenho competência técnica para falar sobre música pois não consigo distinguir um ‘si‘ de um ´fá’. No que respeita á letra posso dizer que faz a ponte entre o que ardeu muito rápido (geração de 77) e o que levou mais tempo a queimar (a de 82 em diante). Não tem nada de hermético – é alias muito clara em termos de ideias – por isso basta escarrapachares ai a letra que o pessoal vai lá.
6. Quais os pontos mais altos deste segundo documentário?
Em relação ao primeiro documentário os pontos são todos mais baixos. Já que no primeiro fomos até ao Sabugal que está a 746 metros acima do nível do mar e neste o ponto mais alto creio ter sido Oliveira do Hospital cerca de 500 metros acima do nível do mar, logo mais ponto baixo (embora o ponto mais alto do concelho – o monte do Colcurinho – atinge os 1.242 metro e ainda bem que não nos fizeram lá ir que isto de andar a subir estafa um bocado). Tirando isso o ponto mais alto deste segundo documentário é exactamente o mesmo que o primeiro: o ter sido (bem) feito.
7. Que músicas clássicas podemos esperar no reportório dos Patrulha do Purgatório?
Clássicas? Nenhuma, embora estejamos a equacionar introduzir no repertório a Sinfonia Nº 2 (Minueto - Allegro) do João Domingos Bomtempo. De resto temos malhas fixes de bandas bem conhecidas como UHF, Xutos, Aqui D’El Rock, Mata-Ratos, Crise Total e coisas mais obscuras ao ‘grande público’ como temas de Tilt, Stratus, Faíscas, Grupo Parlamentar, etc
8. Essa banda foi feita especialmente para acompanhar a exibição do documentário, ou irá durar mais tempo e gravar temas inéditos e originais também?
A banda foi criada para aproveitar o embalo do documentário e tornar a coisa mais interessante para nós e para quem o vai ver mas desconfio que não vai ficar por aqui. Temas – entre versões e originais - já gravamos 10 e que estão prontos a rebentar nas fuças dos mais incautos. Originais à data temos apenas o «Enterrado na Loucura» com música e letra da Patrulha que serve como tema titulo da banda sonora deste segundo documentário. Semi-originais temos gravados o «Bicas e Bagaços (foi no Sabugal)» com música dos Faíscas – uma gravação que nos foi gentilmente cedida pelo baterista Emanuel Ramalho mas que não tinha voz – e letra da Patrulha; e o «Lisboa a Arder» dos Minas e Armadilhas SARL que é o exercício inverso, ou seja, tínhamos a letra dos Minas mas tivemos nos que criar a música.
9. Vocês conseguiram reunir mais de 6 horas de filmagens, foi dificil a escolha dos conteúdos?
Reunimos bem mais do que 6 horas de filmagem. As 6 horas é a duração do primeiro corte que fizemos e que nos levou á decisão de fazer dois documentários. Foi bastante difícil pois se és apaixonado pelo tema vais sempre achar que toda a informação é relevante. E é…por isso vai ser tudo passado a um livro de testemunhos que esperançosamente verá a luz do dia na mesma data que o segundo documentário.
10. Palavras finais, e que nos podes dizer acerca do futuro, é verdade que também vai haver um formato em livro?
Quanto ao livro está respondido acima e só depende de financiamento ou apoio já que não queremos uma coisa manhosa mas sim algo com qualidade que honre os intervenientes. O futuro é incerto e é assim que gostamos dele por isso basta rematar que vamos continuar a fazer coisas.
LETRAS:
DIAS DE MORTE ( MATA-RATOS)
Corpos que caem e sujam a terra
O sangue vermelho e o suor a acre
Assobiam as balas ao cortarem o vento
Paira no ar um cheiro a morte
Dias de morte, dias de morte
Dias de morte chegaram para ficar
Sopra uma brisa fria e gélida
Corpos desfeitos jazem na terra
Ouvem-se ao longe crianças gemer
Dias de Morte chegaram para ficar
ENTERRADO NA LOUCURA ( PATRULHA DO PURGATÓRIO)
Ardeu o pavio de 77 em 3 anos de punk na berra
Abraçaram a moda seguinte, não há estofo para a guerra
82 é o cheiro a sangue permanente revolução
A diferença e a teimosia, punk de alma e coração
Quero é ser diferente de toda esta gente
Longe do abismo da sociedade
Quero é ser diferente de toda esta gente
Não quero a loucura da normalidade
Sem moral e bons costumes, desesperam família e sistema
Imagem bruta, muita atitude, não nos fodam o seu lema
E queriam interná-los por não seguirem a manada
Hoje cobaias de sociólogos que de punk não pescam nada
De 77 para 82 vai um mundo de distância em termos de atitude e diversidade de ‘fauna’ e isso é algo que vai ficar bem marcado neste documentário.
2. Algumas curiosidades que o grande público desconheça?
O ‘grande público’ desconhece tudo por isso para ele, tudo será novidade. Mas para os que julgam que já sabem tudo quanto ao Punk português diga respeito talvez haja um ou dois acidentes picarescos que lhes tenham passado fora do radar. E o facto de não nos termos focado em Lisboa vai permitir conhecer melhor outras dimensões do punk por terras do poeta zarolho.
3. É verdade que poderá vir a acontecer uma edição em Dvd?
É verdade e será feito logo que se consigam ultrapassar os mil e um constrangimentos legais que terão que ser ultrapassados.
4. Que locais estão previstos para a exibição deste novo documentário?
Não há previsões, Não temos uma estrutura a aparar a coisa por isso temos nós que ir à luta e tudo o que vier à rede – desde que permita a exibição com os níveis de qualidade que almejamos – é peixe. Mas acreditamos estar assegurada – pelo interesse já manifestado nesse sentido – a exibição nas mesmas localidades por onde o primeiro documentário já passou: Faro, Silves, Portalegre, Castelo Branco, Porto e Lisboa.
5. A banda Patrulha do Purgatório, fez um tema de propósito para este novo capítulo, podes falar-nos um pouco sobre essa música?
Não tenho competência técnica para falar sobre música pois não consigo distinguir um ‘si‘ de um ´fá’. No que respeita á letra posso dizer que faz a ponte entre o que ardeu muito rápido (geração de 77) e o que levou mais tempo a queimar (a de 82 em diante). Não tem nada de hermético – é alias muito clara em termos de ideias – por isso basta escarrapachares ai a letra que o pessoal vai lá.
6. Quais os pontos mais altos deste segundo documentário?
Em relação ao primeiro documentário os pontos são todos mais baixos. Já que no primeiro fomos até ao Sabugal que está a 746 metros acima do nível do mar e neste o ponto mais alto creio ter sido Oliveira do Hospital cerca de 500 metros acima do nível do mar, logo mais ponto baixo (embora o ponto mais alto do concelho – o monte do Colcurinho – atinge os 1.242 metro e ainda bem que não nos fizeram lá ir que isto de andar a subir estafa um bocado). Tirando isso o ponto mais alto deste segundo documentário é exactamente o mesmo que o primeiro: o ter sido (bem) feito.
7. Que músicas clássicas podemos esperar no reportório dos Patrulha do Purgatório?
Clássicas? Nenhuma, embora estejamos a equacionar introduzir no repertório a Sinfonia Nº 2 (Minueto - Allegro) do João Domingos Bomtempo. De resto temos malhas fixes de bandas bem conhecidas como UHF, Xutos, Aqui D’El Rock, Mata-Ratos, Crise Total e coisas mais obscuras ao ‘grande público’ como temas de Tilt, Stratus, Faíscas, Grupo Parlamentar, etc
8. Essa banda foi feita especialmente para acompanhar a exibição do documentário, ou irá durar mais tempo e gravar temas inéditos e originais também?
A banda foi criada para aproveitar o embalo do documentário e tornar a coisa mais interessante para nós e para quem o vai ver mas desconfio que não vai ficar por aqui. Temas – entre versões e originais - já gravamos 10 e que estão prontos a rebentar nas fuças dos mais incautos. Originais à data temos apenas o «Enterrado na Loucura» com música e letra da Patrulha que serve como tema titulo da banda sonora deste segundo documentário. Semi-originais temos gravados o «Bicas e Bagaços (foi no Sabugal)» com música dos Faíscas – uma gravação que nos foi gentilmente cedida pelo baterista Emanuel Ramalho mas que não tinha voz – e letra da Patrulha; e o «Lisboa a Arder» dos Minas e Armadilhas SARL que é o exercício inverso, ou seja, tínhamos a letra dos Minas mas tivemos nos que criar a música.
9. Vocês conseguiram reunir mais de 6 horas de filmagens, foi dificil a escolha dos conteúdos?
Reunimos bem mais do que 6 horas de filmagem. As 6 horas é a duração do primeiro corte que fizemos e que nos levou á decisão de fazer dois documentários. Foi bastante difícil pois se és apaixonado pelo tema vais sempre achar que toda a informação é relevante. E é…por isso vai ser tudo passado a um livro de testemunhos que esperançosamente verá a luz do dia na mesma data que o segundo documentário.
10. Palavras finais, e que nos podes dizer acerca do futuro, é verdade que também vai haver um formato em livro?
Quanto ao livro está respondido acima e só depende de financiamento ou apoio já que não queremos uma coisa manhosa mas sim algo com qualidade que honre os intervenientes. O futuro é incerto e é assim que gostamos dele por isso basta rematar que vamos continuar a fazer coisas.
LETRAS:
DIAS DE MORTE ( MATA-RATOS)
Corpos que caem e sujam a terra
O sangue vermelho e o suor a acre
Assobiam as balas ao cortarem o vento
Paira no ar um cheiro a morte
Dias de morte, dias de morte
Dias de morte chegaram para ficar
Sopra uma brisa fria e gélida
Corpos desfeitos jazem na terra
Ouvem-se ao longe crianças gemer
Dias de Morte chegaram para ficar
ENTERRADO NA LOUCURA ( PATRULHA DO PURGATÓRIO)
Ardeu o pavio de 77 em 3 anos de punk na berra
Abraçaram a moda seguinte, não há estofo para a guerra
82 é o cheiro a sangue permanente revolução
A diferença e a teimosia, punk de alma e coração
Quero é ser diferente de toda esta gente
Longe do abismo da sociedade
Quero é ser diferente de toda esta gente
Não quero a loucura da normalidade
Sem moral e bons costumes, desesperam família e sistema
Imagem bruta, muita atitude, não nos fodam o seu lema
E queriam interná-los por não seguirem a manada
Hoje cobaias de sociólogos que de punk não pescam nada
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